UTOPIC MASCULINITY: HUMOR, XENOPHOBIA, AND HOMOPHOBIA IN JOSÉ PAULO DE ARAÚJO’S “XRM-2600”

Abstract: This article examines expressions of male heterosexual identity present in José Paulo de Araújo’s 1997 award-winning short story “XRM-2600.” This story highlights growing tensions in Brazil between local and global changes in how sexuality and masculinity are constructed. In particular, the story humorously addresses and subverts manifestations of hegemonic masculinity (namely, homophobia, machismo, misogyny, and xenophobia) by foregrounding male heterosexual identity as performative rather than essentialized. While the performative nature of gender and sexuality has long been theorized by scholars such as Judith Butler and Eve Sedgwick, in the context of Brazilian literature and culture, heterosexual masculinity has rarely been viewed with the same fluidity afforded to queer identities. In the introduction to her insightful book Female Masculinity, Jack Halberstam critiques the tendency of many studies of masculinity to recenter the white male body, arguing that “masculinity becomes legible as masculinity where and when it leaves the white male middle-class body.” Reading Araújo’s story as a unique example of how masculinity becomes legible in Brazil when confronted by foreign expressions of masculinity, this paper argues for the place and value of understanding non-normative male heterosexual identity, or what might be called heterovariant masculinity, in democratic society. Key words: Contemporary Brazilian literature; Gender; Masculinity Resumo: Este artigo estuda as expressões da identidade masculina heterossexual presentes no conto premiado “XRM-2600” (1997) de José Paulo de Araújo. O conto expõe as tensões crescentes no Brasil entre mudanças locais e globais na construção da sexualidade e da masculinidade. Em particular, o conto humoristicamente aborda e subverte as manifestações da masculinidade hegemônica (inclusive, homofobia, machismo, misoginia e xenofobia) ao colocar em primeiro plano a identidade masculina heterossexual como uma identidade performativa em vez de ser essencializada. Apesar do fato de que a natureza performativa do gênero tem sido teorizada por estudiosos como Judith Butler e Eve Sedgwick, no contexto da literatura e cultura brasileira, a masculinidade heterossexual raramente é tratada com a mesma fluidez proporcionada às identidades queer. Na introdução do seu livro Female Masculinity, Jack Halberstam critica a tendência de muitos estudos sobre a masculinidade a recentralizar o corpo branco masculino, argumentando que “masculinity becomes legible as masculinity where and when it leaves the white male middle-class body”. Lendo o conto “XRM-2600” como um exemplo original de como a masculinidade torna-se legível no Brasil ao ser confrontada por expressões estrangeiras de masculinidade, este artigo defende a importância de entender uma identidade masculina e heterossexual que não seja normativa, o que pode ser chamada de uma masculinidade heterovariante, numa sociedade democrática. Palavras-chave: Literatura brasileira contemporânea; Gênero; Masculinidad